sexta-feira, outubro 12, 2018

(a)Riscar o Património- Partilhar memórias #1

A 5ª Edição do (a)Riscar o património foi na Maia, uma freguesia do Conselho da Ribeira Grande, onde viveu Daniel de Sá, o escritor Micaelense. No nº8 da Rua dos Foros situa-se aquela que foi a sua habitação, que acolheu e tertúliou a obra e a vida do escritor.
Daniel de Sá «Era um escritor do seu povo, como uma vez ouvi Clara Ferreira Alves dizer de José Cardoso Pires. Pires era - ou tornara-se - de Lisboa e escrevia em primeiro lugar sobre a Lisboa (e o Portugal, continental) que conhecia. Sá era açoriano, de uma freguesia rural, e um dos seus romances mais conhecidos é "Ilha Grande Fechada", história de um homem que dá a volta à São Miguel numa romaria e que é todo um tratado ficcional sobre uma determinada geração de açorianos, na sua relação com a religião e a religiosidade, o "outro lado" - neste caso, o Canadá -, a guerra colonial, a relação com a pátria. Não falta também a esse romance uma crónica de costumes sobre a desigualdade social, o conservadorismo da terra e a cusquice das comadres, típica dos meios pequenos, ainda mais pequenos pelo isolamento. E é um contributo literário,  feito com agudeza e sensibilidade, para a pesquisa do que é ser humano - nas suas sombras, tentações e possibilidades.»

Acompanhados pelo filho e neto, deambulámos pela Maia - entre a casa, a escola e o calhau - a desenhar e usufruindo das memórias que o Rodrigo de Sá tão gentilmente nos ofereceu.





A casa que também testemunha os livros que ali se escreveram abriu-se aos Urbansketchers Açores e, para nós, pousou serena. Atualmente aquelas paredes «vão morrendo em sossego»(1) e é pena que não se abra «museologicamente» ao público.       (1) Daniel de Sá

(Aguarela, marcador, grafite e lápis de cor)                                                                   «in situ»

Sem comentários :