quinta-feira, abril 14, 2016

Peri-feérica

Periférica, foi um seminário promovido pela associação Anda & Fala e teve oito oradores em torno da questão das «novas centralidades artísticas». Transformou o contexto “Açores” em ponto de partida para uma discussão sobre a relação entre centro e periferia. «Surge no sentido de haver uma crescente teorização e discussão sobre a criação artística contemporânea nos Açores, a georreferênciação do território através de conteúdos artísticos e a oportunidade de turismo criativo e intercâmbio internacional». Assisti a 2/3 do evento, intercalei com aulas que não pude deixar de dar.


Considero interessante o esforço da anda & fala e confesso que me quis manter «cfw». Provoca-me uma certa irritação quando os assuntos são abordados mapeada e superficialmente, propondo psicionamentos de menoridade perante outras escalas com maior capacidade de ampliação, mas compreendo a necessidade da reflexão, mas depressa compreendi que a conversa não era a costumeira e a intenção era de destriça. Os projetos e propostas apresentadas no seminário mostraram o sucesso enraizado na essência, necessidade  e autenticidade das mesmas e quando dirigidas à comunidade tornam-se da própria comunidade porque existiam laços e cumplicidades. Acredito que as «períferias geográficas» possam ser centros de interesse idiossincrático, mas também acredito que  a riqueza cultural - dos Açores e de todos os lugares - se faça da troca e da partilha: out-puts e in-puts entre uns e outros. Ser o centro é irrelevante, mas ser polo de ação /atração é fundamental. Respiro, desde longa data, o bafio de uma ambiência nepótica e «emmimesmada» que estremece e receia a novidade sobretudo se esta não lhe for afim e divergir no ADN.  Gostei de ver alunos de artes visuais - do ensino secundário - a assistir ao seminário e a resistir até ao fim, é bom que se interessem por estas questões e participem no debate que também lhes pertence. Na Periférica senti a períferia... foi uma conversa «dos mundos» com potencial introspetivo... e debate engrandecedor.
E, não deixo de sentir que, finalmente, emergem propostas que não são própriamente hóspedes das «habitués» e que apontam para uma certa renovação. Um conjunto de pessoas, jovens, com ideias frescas e livres  (espero eu) ou descomprometidas (quanto baste) para que a reflexão seja consequente e se torne inspirada e capaz de ENVOLVER e propor sem fundamentalismos, para fazer a diferença e MELHORAR, na cidade, na ruralidade ou na escola... assim se espera!

(a repetir-se o seminário, para o ano, proponho que a Periférica recrie o próprio nome mergulhando na centriferia: Peri-feérica, enfatiza a beleza (do lugar) que faz aumentar a  no projeto e o inverso também...)

(Artline 200 Fine 0.4  e Pilot G-tec-C4 sobre Ebru, Amsterdam e Giotto decor materiais, Posca e caneta de tinta da china 0,2)         | «in situ» |

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